Black Diamondd, o brilho de um diamante lapidado da lama

Nascido em Olaria, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro (RJ), o rapper e trapper radicado em Brasília (DF) apresenta ao público um flow próprio e diferenciado, com letras autoafirmativas, versatilidade lírica, reforçando o conceito da excelência negra.

Yesus Cristian, mais conhecido pelo nome artístico Black Diamond nasceu em Olaria, bairro situado na zona norte do estado do Rio de Janeiro e reduto de personalidades da poesia e da arte, como Nora Ney, Iza, entre outras referências da música brasileira.

Rodeado desde cedo por influências e gêneros musicais diversos, como samba, pagode, rap, funk, MPB (Música Popular Brasileira), o artista fala em suas letras sobre a realidade vivenciada nas ruas cariocas e também do Distrito Federal (DF), região em que está radicado há mais de 10 anos, quando deixou o Rio de Janeiro para trilhar um novo caminho em busca do seu sonho.

“Eu vim para Brasília com 13 anos, porque na época, eu quase caí num ‘corre da bandoleira’ no Rio de Janeiro. Eu estava ganhando dinheiro muito cedo e a minha tia percebeu. Aí, para eu não ser corrompido, minha família me mandou pra Brasília, onde eu tive a oportunidade de seguir um outro caminho na vida”, afirma Black Diamond.

Primeiro contato com a música, com o rap e com a cultura hip-hop

O artista conta que o seu primeiro contato com a música foi por volta dos 7 anos, nas festas de família no seu estado de origem, por influência da mãe e das irmãs.

“Nas festas de família, diariamente a minha mãe ouvia música. E quando ela ia trabalhar, nós ajudávamos em casa no contraturno escolar, e minha irmã ficava ouvindo pagode para distrair. Minha irmã cuidava de mim e da minha irmã mais nova, e ouvia muito pagode”, recorda Black Diamond, mencionando grupos como Soweto, Raça Negra, Exaltação.

Mas o ritmo que o escolheu surgiu em sua vida um ano mais tarde, por volta dos 8 anos, época em que teve contato com o rap. A partir daí, conheceu a cultura hip-hop.

“Foi nesse momento que eu tive consciência e coerência sobre o que eu estava ouvindo”, afirma Black Diamond, citando como referência para o início de sua carreira artística a música Esparradão, do grupo MT das Ruas.

“Esparradão, na escuridão do beco eu vejo um cara. Esparradão! Malandro não tem medo sempre armado.

Esparradão! Um jaquetão style e um bermudão. Quem tem medo de mim levanta a mão” – Esparradão, MT das Ruas.

UMNC

Black Diamond lançou em 26 de agosto de 2023 o EP "UMNC – Um Menino Negro Comum", com 05 tracks: Fedendo a Ouro (Remix), Gentleman, Congelado (Remix), Contadora Louca e Magia Negra.

“Fedendo a ouro, hoje a família tá Nike. Whisky importado, de preto eu tô chave. Bem bolado, pode me chamar de puto. Black Diamond, meu vulgo. Negros lucrando, você sabe o meu intuito. A vida é rápida e meu tempo, você sabe, é curto”, canta o artista em Fedendo a Ouro, faixa que abre o EP.

“Tipo Supershok na mira do Taser, pitibulzadão. Ela joga só pros ‘cria’, é função. Só quero conforto pra minha família, kit do Black sabe que explode. Bico verde inundando o pote. Eles não vêem a família portando os malotes”, expressa o rapper em tom ácido.

Singles

Completando o seu legado pro rap até o momento, Black Diamond lançou em 2022 o single Faro do Ouro (Remix), e em 2020, os singles Freeza, Kit do Pai, Louco N4 11 e Bailarina.

“Meu mano é de ouro, não de bronze. Preto caro, é o diamante. Ela viu o diamante. Os canas cegos, é o diamante. Eles caçam diamante, mas eu sou o diamante. Ei delegado, me larga. Sabe que ‘nois’ também é gente. Preto Obama, como é nossa gente. Essa é a vida, pegando sua filha. Contando de mil em diante, escuro que expande”, rima de forma original e versátil Black Diamond, na faixa Louco N4 11.

Confira todos esses sons e de outros artistas que representam a cena do rap, do hip-hop e da cultura negra universal com exclusividade na programação da rádio West Side.

https://open.spotify.com/artist/7F1bXZ3KBGZFHBJ5dww71D?si=wU3kKmMDRXqNEZ8cqvpwog

Salve! Axé!

Cleber Negão - Jornalista