Semana do Hip Hop movimenta Arujá e coloca a cultura urbana no centro da cidade
O que acontece em Arujá durante a Semana do Hip Hop vai além da música. É uma celebração de pluralidade, memória e pertencimento.
A partir de 15 de novembro, Arujá se torna palco de uma das programações mais importantes do seu calendário cultural: a Semana do Hip Hop. O evento, que já faz parte oficial do calendário municipal, se consolidou como um dos encontros mais relevantes do Alto Tietê para quem vive, produz e fortalece a cultura urbana.
A edição deste ano se estende até o dia 23 de novembro, com ações em escolas, centros culturais, praças e espaços públicos. O objetivo é democratizar o acesso à arte, fortalecer a identidade periférica e valorizar as bases do Hip Hop — MC, DJ, breakdance e grafite — além de promover encontros entre diferentes gerações da cena.
Encerramento histórico com dois palcos e oito horas de show
O ponto alto da semana acontece em 23 de novembro, na tradicional Praça do Coreto, onde a cidade recebe dois palcos simultâneos e mais de oito horas de apresentações gratuitas. A curadoria do encerramento reúne nomes que marcaram gerações e representam a resistência do rap no Brasil:
Cris SNJ
Uma das vozes mais importantes do rap nacional e referência feminina desde os anos 1990. Cris construiu uma trajetória que mistura poesia, força e responsabilidade social. Suas letras seguem como trilha sonora da luta diária de muita gente e continuam inspirando novas MCs por todo o país.
Ndee Naldinho
Pioneiro do rap paulistano, responsável por clássicos que atravessaram décadas. Com estilo próprio e uma narrativa que sempre retratou a realidade das quebradas, Ndee é peça fundamental na história do hip-hop nacional, influenciando gerações de artistas com sua postura e sua autenticidade.
Ao Cubo
Grupo que uniu impacto social, espiritualidade e mensagens de superação em canções que marcaram a memória coletiva do rap nacional. Com refrões fortes e letras que conversam com a vida real, o Ao Cubo construiu uma base fiel de público e se tornou um dos shows mais esperados sempre que sobe ao palco.
Realidade Cruel
Lenda viva da cultura de rua, conhecido por letras diretas e profundas, sempre conectadas à vivência nas periferias. Realidade Cruel influenciou incontáveis MCs e segue como referência quando o assunto é rap com verdade, postura e compromisso com a quebrada.
DJ Wjay
Um dos DJs mais ativos da cena, DJ Wjay assina não só apresentações, mas também articulações culturais que fortalecem o movimento. Na Semana do Hip Hop de Arujá, ele assume papel central na construção da programação e no comando dos toca-discos, costurando encontros entre artistas consagrados e o público da rua.
Mais que um festival: uma ação cultural para toda a cidade
A Semana do Hip Hop vai muito além do encerramento na Praça do Coreto. Durante nove dias, o público tem acesso a uma programação diversa, que inclui:
- Oficinas de DJ e beatmaking
- Grafite ao vivo com artistas convidados
- Batalhas de rima
- Encontros de breakdance
- Debates sobre cultura periférica
- Mostras artísticas e rodas de conversa
- Ações educativas em escolas e espaços comunitários
A lei que instituiu a Semana Municipal do Hip Hop reforça o compromisso de Arujá com políticas culturais de base comunitária, garantindo visibilidade para artistas locais e continuidade no trabalho de formação de novos talentos.
Hip-Hop como território de encontro
O que acontece em Arujá durante a Semana do Hip Hop vai além da música. É uma celebração de pluralidade, memória e pertencimento. Uma resposta direta da comunidade para afirmar que o Hip Hop não é apenas entretenimento: é educação, identidade e resistência.
Da velha escola às novas vozes, do palco ao asfalto, grafiteiros, DJs, MCs, dançarinos e produtores se encontram para reafirmar que a cultura de rua
segue viva, forte e em constante movimento, da periferia para o centro, com o microfone na mão e a cidade como cenário.
Por Redação.
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